Bianca Siena, Beatriz Tiemy, Fernando F. Maia, Laís Bonfim, Maria Luiza da C. Araújo e Murari Vitorino
Desde o início da pandemia do Sars Covid-19, a retomada das atividades presenciais era suscitada com frequência. Evidentemente, os órgãos mundiais de saúde não recomendavam o retorno das atividades em decorrência dos casos e mortes causadas pela pandemia. É inegável como a educação foi um dos setores que mais sofreu com os impactos da quarentena e do isolamento social. Uma vez que as aulas remotas tiveram de ser adotadas e não propiciam um aproveitamento do que a vida universitária pode oferecer.
Em meio a quase dois anos de pandemia, pensar na retomada é motivo de bastante alegria para os universitários, por isso, é importante ressaltar que a volta gradual às aulas no ano de 2022 não deve ser feita de outra maneira, senão com a maior prudência possível. Instituições de grande prestígio, como a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), começaram a debater o possível retorno das aulas no ano de 2022, no qual darão sequência às relações acadêmicas com cautela. Afinal, não estamos tratando apenas de números, mas sim das vidas de muitos jovens e adolescentes.
Além disso, é crucial discutir quais os pontos chaves para compreender o porquê do ano de 2022 ter sido escolhido pela PUC-SP como um momento ideal para a volta às aulas, quais são as projeções feitas por muitos especialistas acerca do fim do isolamento social, quais os protocolos que deverão ser adotados para um retorno seguro e como poderá ser feita a ressocialização dos estudantes nas universidades.
Estatísticas revelam uma drástica diminuição no número de casos de Covid-19 ao longo dos últimos meses. Em junho, a média de novos casos por dia no estado de São Paulo era de aproximadamente 17.500, no mês de novembro a média reduz para 950 casos. A quantidade de mortes pela doença no estado também sofre uma forte queda, passando de uma média diária de 550 em junho, para 60 em novembro. Espera-se que esses valores continuem a cair.
Os promissores valores são consequência da enfim bem-sucedida campanha de vacinação. 37 milhões de pessoas no estado de São Paulo já receberam a primeira dose da vacina, e 32 milhões a segunda. Na capital, onde está situada a PUC-SP, cerca de 70% dos habitantes estão completamente imunizados. A pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo diz: "Estou segura de que, após vacinar os idosos e os profissionais de saúde, temos que imunizar todo o pessoal da educação. Só assim poderemos ativar o sistema com alguma segurança”. A imunização do setor educacional já aconteceu, portanto, há segurança no retorno contanto que ainda se respeite os protocolos de segurança básicos.
Diversas universidades optaram pela volta às aulas apenas no início de 2022, a exemplo das estaduais. Enquanto outras já retornaram no modelo híbrido, toda vez que um caso era reportado, a sala ou o ano voltavam ao modelo online pelo período estipulado de uma quarentena de Covid-19, estes protocolos têm funcionado.
A volta às aulas precisa feita com cautela, mesmo com índices esperançosos é uma incerteza qual será sua repercussão devido a existência da nova variante. A postura das instituições se mostra de acordo com a vontade dos alunos. Uma pesquisa feita entre os alunos da PUC-SP indica que 77,3% dos que responderam se sentem seguros para retornarem às salas de aula. Entretanto, diversos cuidados devem ser levantados.
Na opinião do doutor em engenharia biomédica e pesquisador na Universidade de Vermont, Vitor Mori, o retorno já é uma realidade e devemos fazê-lo com segurança. Diante disso, recomenda-se o uso da máscara PFF2, analisar a ventilação das salas e evitar lotações no ambiente. Em nota, a PUC-SP diz: “Pensando no retorno às atividades presenciais de forma responsável, a FUNDASP contratou a Consultoria Sírio-Libanês para orientação da Instituição e de suas Mantidas quanto aos protocolos de segurança.”
As medidas sanitárias já são de conhecimento público, todas as precauções estão sendo tomadas, porém, como voltar à normalidade? Como voltar a frequentar os mesmos ambientes sem uma pitada de ansiedade no ar? Dois anos de isolamento não passarão sem nenhuma cicatriz no emocional dos alunos, com um medo inconsciente de que algo ainda pode ocorrer. O processo de ressocialização demorará a se suavizar, serão meses conturbados os que estão por vir.
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